quinta-feira, 4 de abril de 2013

:: Despesismo ::




Um pouco por toda a comunicação, navega livremente aquela ideia do despesismo, do aumento da divida por causa da governaçao socialista, sobretudo depois de 2009.
A mentira dos politicos actualmente no poder e daqueles que o suportaram e suportam é, de certa forma, normal. Afinal de contas, não serei eu capaz de retirar essa caracteristica de uma ampla franja de intervenientes. Mas e os jornalistas e jornaleiros? Porque mentem tão descaradamente? Porque não são rigorosos? Podem criticar, obviamente. Devem criticar, obviamente. Mas mentir está apenas ao alcance de quem ganha bem por cada falsete gravado e regravado um pouco por todo o lado. Acham eles que estão imunes?

Na figura abaixo, a partir de dados do eurostat, é desmontada a narrativa encomendada. Não só prova uma crise europeia, como prova uma estrategia europeia, como ainda prova que a divida, ou melhor a divida em função do PIB, é um embuste enquanto argumento para o resgate seja a quem for.




Assim, não só fica claro o aumento médio de 20% de divida pública m função do PIB para uma grande parte dos países actualmente em dificuldades, como com isso fica claro que existiu uma reacção concertada dos governos, aliás como sempre disse o governo do Ps, para fazer face à crise financeira de 2008.

Mas também fica claro que a divida é um embuste, uma mentira, que aqui em Portugal em vez de ser combatida, foi propagada enquanto argumento para a aplicação de uma agenda ultra-liberal, para a qual o pedido forçado por todos os partidos da direita à esquerda, excepto o PS, de ajuda internacional foi proveitosa.

Se a divida fosse um argumento justo, como explicam o nivel de endividamento da Grécia antes de 2008 sem qualquer crise de financiameanto? Como explicam a adesão da Grecia ao euro a dever 100% do produto?

Mas se a divida soberana fosse mesmo um motivo, então como se explica que a Itália esteja ainda sem ser forçada a ajuda externa, sem estar sujeita à pressão dos mercados, das agências de rating, dado que deve mais de 100% do PIB desde 2000?

Os argumentos europeus são uma mentira. Os argumentos do actual governo são uma mentira. E os argumentos dos jornalistas, como Gomes Ferreira e Camilo Lourenço, são dignos da profissão mais antiga do mundo, não a prostituição, mas a venda da dignidade por um prato de lentilhas...


:: Túnel do Marão ::

(Paulo Campos a 03.04.2013)

Hoje, mais uma vez, Pedro Passos Coelho mentiu.
Ao ser confrontado com a responsabilidade do seu Governo de ter pago indevidamente cerca de 200 milhões de Euros aos bancos financiadores do Túnel do Marão, PPC sacudiu logo a água para o capote do governo anterior.
Nada mais falso. De acordo com os contratos em vigor e toda a documentação existente, nomeadamente a carta do anterior governo citada por PPC, que anexo, o Estado só era responsável pelo pagamento antecipado das obras se, previamente, substituísse a concessionária no contrato de empreitada, isto é, caso assumisse o resgate da obra.
A opção do atual governo, em 2011, não foi substituir a concessionária no contrato de empreitada e assegurar a conclusão das obras e o seu financiamento pelos custos contratados.
A opção foi, apenas, entregar 200 milhões de euros aos bancos sem assegurar a condição prévia, substituir a concessionária no contrato de empreitada, assegurar a continuidade das obras e assegurar a continuidade do financiamento.
Ou seja, estranhamente, ou talvez não, o estado não cumpriu as condições, necessárias para defender o interesse público e os contribuintes.
Resultado, entre 2009 e 2011, construiu-se 70% do túnel do Marão.
Com este governo, entre 2011 e 2013, construiu-se zero metros e queimou-se 200 milhões de euros aos contribuintes.
Já tínhamos visto isto no duplo pagamento da Lusoponte. Este governo é rápido a entregar indevidamente dinheiro aos bancos mas é muito lento a defender os contribuintes.
Neste processo só os bancos estão a ser defendidos, até com a paragem das obras os únicos que saem a ganhar são os interesses financeiros. A concessionária perde, os construtores perdem, os transmontanos perdem e sobretudo perdem os contribuintes.
Resta perguntar quem é que o actual Secretário de Estado das Obras Públicas está a defender, os financiadores por ele liderados entre 2008 e 2011, ou os contribuintes?